No início de maio, tive um sonho
muito interessante intrigante.
Eu cheguei a um local onde estava exposto um material
muito diferente. Era uma placa em que havia um núcleo mais ou menos circular,
formado por um mineral preto, parcialmente envolvido por outro mineral, este
dourado.
A partir daquele núcleo saíam, em todas as direções,
hastes meio irregulares do mesmo mineral preto.
Era um conjunto estranho e ao mesmo tempo muito
interessante. Nunca vi algo similar e não sei se isso existe na natureza, mas,
é claro, não se pode duvidar disso.
Não sei também se o local onde a peça estava exposta era
loja ou exposição. Mas, sei que ela estava à venda e que, paradoxalmente, não
me interessei em comprar, supondo, eu acho, que seria muito cara.
Junto a ela, dois professores universitários, geólogos,
admiravam o material. Eram um homem e uma mulher, e foi o homem que, vendo meu
interesse, disse o nome do mineral dourado. Era um nome complicado, que não
entendi bem e que, ao despertar, não consegui lembrar.
Este preto eu
não sei o que é, acrescentou ele.
Acordei intrigado com aquilo e por vários dias lembrei-me
do sonho, recordando nitidamente como eram os minerais. Para que eu não viesse
a se traído pela memória no futuro, depois de uma semana mais ou menos desenhei
o que eu havia visto, numa folha de papel, como se vê abaixo.
O desenho foi feito em um papel comum, uma folha A4 que
peguei na minha impressora; por isso resolvi pedir à minha amiga Jeanine
Sallenave, que é artista plástica, que o reproduzisse no mesmo tamanho, mas com
tinta. Eu teria a imagem numa reprodução muito mais durável e a guardaria para
– quem sabe? – comparar no futuro com alguma coisa pelo menos parecida que viesse
a surgir.
Minha amiga aceitou a encomenda e entreguei-lhe o desenho.
Bem, até aí estávamos ambos, ela e eu, digamos, com os
pés no chão. Eu tivera um sonho intrigante, mas todos sabem que sonhos são
sonhos; neles podem acontecer as coisas mais absurdas como se fosse algo
absolutamente normal e natural. Depois dele, eu simplesmente pedira à minha
amiga que reproduzisse o desenho que eu fizera, usando materiais mais duráveis.
Acontece que a Jeanine, além de artista plástica, é
médium e a única pessoa que eu conheço que trabalha com psicopictografia, que é
a pintura ou desenho durante atividade mediúnica. E no dia 17 de maio, seis
dias depois de eu haver lhe entregue o desenho e antes que ela o reproduzisse, a
Jeanine desenhou a gravura abaixo, durante uma sessão mediúnica, na Sociedade
Beneficente Espírita Amor e Luz.
Ela assemelha-se obviamente ao meu
desenho, mas traz, em baixo e à esquerda, uma explicação sobre a formação e a
natureza dos minerais do meu sonho. Diz o texto recebido pela Jeanine, escrito
ao lado do desenho: Não são dois minerais,
mas um, com centro iluminado de energia moldável e o exterior duro.
Essa informação é muito interessante
e permite várias considerações.
1º Não se trata de dois minerais
diferentes, como no meu sonho, mas um só, em dois estágios de formação.
2º O centro iluminado de energia
moldável poderia ser um material de origem vulcânica, ainda em estado de
fusão, daí ser iluminado e moldável.
3º As porções de cor preta, ou seja,
o exterior duro, seria a mesma substância
já resfriada e solidificada. Isso faz sentido, porque o resfriamento e
consolidação da lava ocorrem da superfície para o interior.
4º A forma do núcleo amarelo lembra
claramente uma pedra preciosa com lapidação brilhante, mas isso eu não sei
explicar, já que se trata de material em fusão; já a forma das porções escuras poderia
muito bem ser consequência de um resfriamento rápido. A obsidiana, por exemplo,
que na maioria das vezes é preta ou pelo menos escura, é um vidro natural que
se forma por resfriamento rápido da lava vulcânica. Esse processo permite que
ela assuma formas irregulares, ou que forme glóbulos ou até mesmo finos filamentos,
conforme já pude ver nos vulcões do Havaí, onde os glóbulos são chamados de lágrimas de Pele e os filamentos, cabelereira de Pele (Pele é a deusa dos
vulcões na mitologia havaiana).
Concluindo: não sei se o que eu vi
no meu sonho existe, mas, depois de ver o desenho feito pela Jeanine, essa
possibilidade passou a ser bem mais concreta.